Blog do dISPArteatro - Grupo de Teatro do Instituto Superior de Psicologia Aplicada

quarta-feira, abril 12, 2006

Tesouros da Sombra

é nome do espectáculo do dISPArteatro em cena actualmente no ISPA:

Ficha técnica

Textos
Nicolau Antunes com cada um dos intérpretes, partindo de textos de “El tesoro de la sombra”, de Alejandro Jodorowsky

Direcção
Nicolau Antunes

Organização
António Gonzalez

Produção e Técnica
Filipa Clemente e Maria Noronha

Co-criação
Nicolau Antunes com António Gonzalez e os intérpretes

Intérpretes
Afonso Bértolo, André Pita, Catarina Gonçalves, Daniela Quaresma, David Rodrigues, Eduardo Girbal, Érica Carvalho, Frederico Rodrigues, Hugo Almeida, Isis Althaus, Joana Costa, Joana Valente, José Castro, Mafalda da Cruz, Nuno Pestana, Nuno Salema, Paulo Caeiro, Vanda Robalo, Vasco Costa

Banda Sonora
Bellini, Daniela Quaresma, Dead Can Dance, Donna Maria, Katia Guerreiro, Marco Paulo, Meredith Monk, Vasco Costa, W.S. Burroughs, Young Gods

Local
ISPA, Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa

6 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

cada vez me dou mais conta daquilo que criámos ou daquilo que criamos, daquilo que fizemos juntos... cada vez que compartilho com alguém este nosso bebe...ou sobre o processo que formou este nosso bebe mais me dou conta e tomo consciencia daquilo que nasceu, daquilo que foi aos poucos o nascer de algo em nós próprios e o nascer de algo que não existia num não lugar... o nascer das sombras que brotaram desse nós... este processo criativo como qualquer criação leva sempre consigo uma projecção (em termos psicanaliticos) daquilo que vivenciamos na altura em que o criamos... não existe nada por acaso, não se cria nada por acaso, não existem coincidencias... este processo serve, e muito, para nos conhecermos, para nos expandirmos em muitos aspectos e isso por si só já é positivo... mas há algo que inquieta neste processo dispar, neste processo do conhecimento do "aqui e agora" e de nós mesmos... o que é que realmente se criou e porque é que se criou isto e não aquilo? Porque é que se foi criando o que se criou apartir do que acontecia aqui e agora? Várias questões surgem...será que ao tomarmos consciencia disso, ao nos tornarmos mais conscientes que existe "um aqui e agora" que este processo criativo leva muito de nós e ao sabermos o que leva de nós não perdemos um pouco o famoso "aqui e agora"? Não seria melhor apenas vivelo e então viveriamos aqui e agora o "aqui e agora" na sua plenitude e não pensariamos nele? Será que nos momentos em que penso nisto e escrevo sobre isto nao perco o aqui e agora? Não estou eu a viver o aqui e agora no momento em que escrevo e penso nisto?
Muitas questões surgem neste percurso dispar, neste processo em que tomamos consciencia que só o acto de estar aqui e agora permite realmente saber o que é estar, ser e fazer... no que realmente acontece quando acontece teatro...
Realmente o processo que se desenvolveu revelou ser um conhecimento de nós, uma consciencia de que para sermos a sombra temos de ser a luz, uma consciência de que ao criarmos uma sombra levamos sempre um pouco da nossa luz, daquilo que nos ilumina...as vezes a arte permite dizer aquilo que não se consegue ou não se pode por palavras mágicas, em sitios mágicos atravez do famoso "aqui e agora", permite mostrar um pouco dessa nossa luz...e é tão forte esta expressão que até ao mais insignificante, casual e ingénuo obervador permite despertar um olhar cumplice... e o teatro é uma das formas de arte que mais permite esta forma de revelar ao mundo o que se sente na alma, permite naquele momento de aqui e agora sermos e fazermos o impossivel, porque nesse momento tudo é arte, tudo é teatro, tudo é mágico, tudo é o prazer de viver e olhar o aqui e agora...no fundo tudo é arte...tudo é luz...tudo é sombra...tudo é aqui e agora...

sábado, abril 15, 2006 7:42:00 da manhã

 
Anonymous Anónimo disse...

Bravo! Belo testemunho! A palavra "assombrado" nunca mais será a mesma para estes filhos das sombras. O personagem do pita fala dos "filhos do diabo" e, na sua saída, abre as grades que nos (público) continham. sombra-sol, dentro-fora, verso-reverso, onde está cada um deles?

terça-feira, abril 18, 2006 1:58:00 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Eu acho que o "filhos do Diabo" podia ser modificado... Sugiro "Filhos d@ Pita!". E continuando as bocas farçolas, a partir daqui, o famoso "pão pita" passa a ser "o pão que o Diabo amassou..."
PS: os forasteiros que visitem o nosso site vão pensar (e com razão) que estamos todos para lá de Marraquesh... É o que dá a cultura de grupo...

quarta-feira, abril 19, 2006 12:54:00 da tarde

 
Blogger Maria disse...

"Será que ao tomarmos consciencia disso, ao nos tornarmos mais conscientes que existe "um aqui e agora" que este processo criativo leva muito de nós e ao sabermos o que leva de nós não perdemos um pouco o famoso "aqui e agora"? Não seria melhor apenas vivelo e então viveriamos aqui e agora o "aqui e agora" na sua plenitude e não pensariamos nele? Será que nos momentos em que penso nisto e escrevo sobre isto nao perco o aqui e agora? Não estou eu a viver o aqui e agora no momento em que escrevo e penso nisto?"

Dá que pensar, sem duvida. Obrigada pelo que escreveste.

sábado, abril 22, 2006 12:41:00 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

se fosse obrigado não o teria feito (hehehe), apenas começo a questionar se a ignorancia por vezes não é a melhor amiga da felicidade, se o pensar não é inimigo do viver

domingo, abril 23, 2006 11:42:00 da tarde

 
Anonymous Anónimo disse...

Pita, os teus posts são os que mais comentários originam... dizes que questionas se:
"a ignorancia por vezes não é a melhor amiga da felicidade, se o pensar não é inimigo do viver".
Mas isso é partir dos pressupostos de que:
1) o "não pensar" equivale à ignorancia;
2) o pensar é sempre negativo.
Não estou de acordo.
Tens razão no facto de o pensar, muitas vezes, ser a sede de muito do sofrimento psíquico - o que é a neurose senão uma hipertrofia do pensamento? -, mas nem todo pensamento é disfuncional, nem toda ausência dele é saudável. "Pensar" e "Não pensar", de novo a dicotomia "Luz" e "Sombra"... A sabedoria está em ambos os lados e, como diz o nosso cego, é preciso saber olhar às vezes, ver outras, reparar outras ainda... e há alturas em que temos mesmo de fechar os olhos (o que é o "setting" psicanalítico senão um hino ao "fechar os olhos"?
Ass: um neurótico...

segunda-feira, abril 24, 2006 12:59:00 da tarde

 

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